Amor à Vida

Sobre Ganhar e Perder

De repente seu maior desejo se realiza e você tem tempo livre de acordo com o que sempre desejou na vida. E no dia de aproveitar toda essa liberdade, se depara com o seguinte dilema: Agora que posso fazer o que eu quero, por onde começo? O que vou fazer com o meu tempo livre? E geralmente, quando as coisas acontecem de repente, não temos a menor ideia sobre o que fazer com essa sonhada liberdade.

Para saber realmente como aproveitar cada segundo valioso da vida precisamos ter muito claras nossas prioridades e principalmente saber o que nos faz realmente feliz. De nada adianta desejar mudar ou aproveitar a vida se não pensar antes sobre o que nos faz feliz.

Passamos muito tempo reclamando do nosso emprego, do nosso parceiro, do nosso relacionamento, da equação injusta de nossa vida, da nossa rotina. E por isso, passamos muito tempo desejando mudança. Desejando ganhar mais, aprender mais e principalmente, ter mais desafios. Se sentir desejado como no primeiro encontro, ter uma família grande, mas ter tempo de aproveita-la e ainda ter tempo para si mesmo. Envelhecer com sabedoria sem rugas e flacidez, muito mais interessantes e bonitas como se o tempo não tivesse passado. Desejando que coisas fantásticas nos aconteçam todos os dias e que a rotina seja totalmente substituída por uma vida cheia de borboletas no estomago e arrepios, porém com estabilidade. Mas a grande verdade da história é que acabamos esperando demais de tudo. Envelhecer significa se tornar mais sábio e interessante, porém com a capacidade física mais limitada, rugas e uma aparência não tão bela. Ganho e perda. Assim é a vida. O segredo é valorizar o que melhora e não o que fica mais feio. Estar em um relacionamento significa abrir mão de fazer tudo exclusivamente do nosso jeito e encarar o lado bom e ruim do outro. No primeiro problema correr para outro relacionamento só estará adiando a angustia e a tristeza porque todo relacionamento é feito da equação ganhos e perdas. Estar em um relacionamento é não estar sozinho. Não há meio termo. O que muda é encarar de frente e garantir que a balança pende para o lado bom da vida, porque do contrário é hora de mudar mesmo. Desejar que as coisas mudem sem fazer algo de concreto para que tudo mude ou ainda não ter pensado sobre qual a mudança necessária é pedir para ficar onde está. mas com esperança irreal na mudança. Não adianta ficar esperando. Mudanças exigem planejamento, sacrifícios e renúncias. Perdas e ganhos. Sempre. Na grande maioria das vezes as pessoas infelizes não tem ideia do que de fato as desafiaria, do que as faria amar mais ou ser mais amados. Acabamos acomodamos com o salário que bem ou mal paga as contas e ainda possibilita um raro drink com amigos e um almoço no domingo com a família. As férias tão sonhadas são espremidas em parcelas e levamos o ano todo pagando. Mas como as férias, os almoços e o raros drinks quase sempre são viáveis, acabamos nos mantendo ali naquela zona de conforto e chegamos a acreditar que está tudo bem. Nos acomodamos em relações que nos dão estabilidade (muitas vezes mais financeira do que emocional), nos acostumamos com a rotina e até passamos a valoriza-la. Mas não paramos de desejar mais. Só esquecemos de planejar e decidir o que é mesmo esse “mais”. É preciso escolher: se acomodar e ficar eternamente olhando o copo meio cheio, feliz com a decisão, mas parar de desejar mudanças. Ou encarar o problema de frente e partir em busca no novo, arriscando ter que começar de novo se tudo der errado.

Somos imediatistas. Acabamos trocando coisas importantes na vida por oportunidades aparentemente imperdíveis, mas que podem somente adiar nosso período de frustração. No desespero pela mudança qualquer coisa serve e pensamos que não temos nada a perder. Mas esse é um pensamento muito equivocado e muito comum aos mais ansiosos. Sempre temos muito a perder. Por isso é preciso pensar e andar antes de correr.

Somos medrosos. Acabamos deixando de aproveitar grandes oportunidades pelo risco do fracasso. Os maiores ganhos estão, geralmente, onde estão os maiores riscos. Se der certo, é como ganhar na loteria e todo o esforço e risco terá valido à pena. Se der errado é preciso saber que existia o risco e ter coragem para começar de novo. Temos medo do fracasso porque não temos coragem de encarar o fato de não ter dado certo e ainda mais medo de ter que começar de novo.

Somos acomodados. O pouco que temos na vida nos faz acreditar de verdade que está tudo bem e nem o tempo voando que não volta nunca mais é capaz de nos despertar para um senso de urgência.

Somos preguiçosos. Muitas vezes até sabemos o que fazer, estamos dispostos a arriscar. Mas morremos de preguiça só de pensar em começar. A preguiça nos faz desperdiçar a vida e é a grande responsável por boicotar a nossa felicidade.

O que posso dizer é que na maioria das vezes que escolhemos ficar na zona de conforto estamos perdendo a oportunidade de viver com emoção, realização, amor e de ter encontros diários com a felicidade. Claro que o medo de dar errado estará sempre ali. Mas até ele bom. Nos obriga a sermos cuidadosos e a planejar.

Para viver nossos sonhos precisamos acordar, mais do que isso, despertar. Para seguir em frente é preciso se mover. Para mudar é preciso planejar (e para ficar também). A vida tem muitas coisas boas a oferecer e não temos nenhum real motivo para ficar onde não somos verdadeiramente felizes. Parece difícil, mas não é. E no final, sempre se tratam de ganhos e perdas e o que precisamos mesmo é garantir a melhor equação entre um e outro. É preciso estar consciente que não é possível ter tudo e que o grande segredo para garantir ganhar mais do que perder é fazer as escolhas certas. Como vamos utilizar essa equação vai depender das alternativas que nossa própria vida vai nos oferecendo e do quanto temos coragem. Coragem para seguir adiante, para deixar para trás, para repensar, mudar de ideia, para começar de novo.

No momento que tomamos a decisão de seguir em frente, conscientes das escolhas e das renuncias, estamos muito mais próximos de encontrar a felicidade na rotina e descobrir que o segredo, não importando o trabalho que dá conquistá-la, é parar de fugir dela.

Sabrina Almeida

Sou mãe, filha, esposa, mulher, amiga, confidente, conselheira. Sonhadora, determinada e realizadora. Organizada, mas com um que de caótica. Apaixonada pela vida e pelas pessoas. Intensa!

Publicitaria, trabalho desenvolvendo produtos e marcas para deixar as pessoas mais bonitas e felizes.

Escrevo porque amo escrever. Minha cabeça está sempre repleta de sonhos e devaneios. Sigo sempre meu coração. Hoje penso mais antes de tomar uma decisão. Encontrei a FELICIDADE, assim todinha maiuscula, nas coisas simples da vida. E escrever é uma delas.

Enquanto as pessoas vão para a academia, fazem trilhas, tocam instrumentos musicais, cozinham… Eu escrevo! Esse é o meu hobbie… Escrevo para traduzir o que está no meu coração, sem regras, métodos ou filtros. Escrevo porque me inspira e me faz feliz.

Acredito que é simples ser feliz e que para isso é preciso uma boa dose de coragem, de sorte e de sonhos e devaneios.

Quando eu decidi escrever, uma pessoa me perguntou: “quem te garante que as pessoas vão se interessar pelo que você escreve?” E a minha resposta é como vou concluir minha apresentação.

Vou escrever para tentar ajudar as pessoas a ver diferentes perspectivas, rir no meio de um dia difícil ou enxergar poesia no dia a dia. E se eu conseguir tocar o coração de pelo menos uma única pessoa, já terá valido à pena.

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