Tem dia em que tudo parece desabar e que nada nunca mais vai dar certo. Exagero? Sim! Um tremendo exagero. Costumamos dar mais valor aos momentos de crise, medo, negatividade do que para aqueles momentos de felicidade, positividade e certeza de que tudo vai dar certo.
Não sei dizer o porquê. Talvez os psicólogos possam explicar, mas acabamos sempre valorizando muito mais os momentos de infelicidade. Precisamos aprender a inverter essa situação. Entender que os dias ruins fazem parte da vida e talvez eles existam para nos ajudar a valorizar o que temos de bom, para nos impulsionar a fazer sempre nossa parte, para nos fazer reforçar nossa fé.
As noites sempre ficam claras com o raiar do dia e geralmente trazem a certeza de que o que passou foi só um dia ruim e que dias melhores virão.
Em fases de mudança tendemos a esperar sempre pelo melhor, porém nem sempre as coisas acontecem no nosso tempo. Existe o tempo da oportunidade em que algumas vezes somos surpreendidos pelo inesperado e nesse caso não temos gerencia nenhuma sobre isso. Por isso é sempre bom gerenciar nossas expectativas.
De repente no meio da nossa felicidade chega um “não” como um balde água de fria, nos fazendo duvidar da sorte, de nós mesmos, da justiça, do tempo. E mais uma vez precisamos pensar sobre a melhor forma de agir. E não acredito que o caminho seja deixar de acreditar que o melhor esta por vir, só porque algumas sementes plantadas não prosperaram. Nesse momento de busca é comum nos depararmos com “nãos”, mesmo quando tudo parecia estar dando certo.
Receber “nãos” deveria nos despertar para possíveis correções na nossa estratégia de conquista e não o sentimento de impotência e de pena de nós mesmos. No meio disso tudo, devemos sempre nos perguntar qual é a nossa culpa na bagunça da qual reclamamos. Precisamos de honestidade com nós mesmos e a partir do não fazer as mudanças de rota necessárias para alcançar aquilo que desejamos.
Para ter tranquilidade no processo de busca é preciso saber lidar e aprender com o “não” e estarmos certos de que estamos fazendo a nossa parte, da melhor forma que somos capazes.
Nesse caminho de conquista alternamos momentos. Aprendemos a lidar com a espera e a gerenciar expectativas. Vamos nos tornando dia a dia cada vez mais fortes. Aprendemos a levantar depois de um tombo. Aprendemos a seguir caminhando, mesmo machucados. Aprendemos que somos prioridade em nossas vidas. Aprendemos a celebrar pequenas conquistas. Mas não conseguimos lidar com aqueles dias ruins em que tudo parece desabar.
Os dias em que tudo parece desabar fazem parte da vida e acontecem na vida de todo mundo. Cada um lida de um jeito. Alguns correm acender vela, outros tomam banho de sal grosso, alguns fazem um pacto consigo mesmo de não compartilhar mais nada com os outros para se proteger de olho gordo, alguns rezam. Os amuletos são importantes para nos ajudar a resgatar a confiança. Mas não funcionam sozinhos. Realizar sonhos costuma dar trabalho. Quando contratamos nossas metas, precisamos ter ciência do enorme trabalho que teremos para conquistá-la.
Parece difícil, mas não é. A tranquilidade vem da certeza que estamos fazendo a nossa parte para nossa própria conquista.
Quando tudo parece desabar, a decisão de como lidar com isso é sempre nossa e parafraseando Cora Coralina concluo que nos momentos em que tudo parece desabar cabe a nós mesmos decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar, porque no caminho incerto da vida, o mais importante é o decidir.
E no final de um dia ruim só cabe a nós mesmos decidirmos o que fazer para que dias melhores venham e acreditar que aquele dia é apenas o que ele realmente é: só um dia ruim.